iFood faz demissão em massa e corta 6% de funcionários

O iFood anunciou nesta quarta-feira (1) a demissão de 355 funcionários, número equivalente a 6,3% do quadro atual. Em nota, o iFood alega que as demissões foram motivadas pelo “atual cenário econômico”.

Profissionais como estagiários, analistas e gerentes foram afetados pelos cortes. Áreas como engenharia de software, gestão de produtos, desenvolvimento de negócios, marketing e experiência do usuário (UX) estão entre as impactadas.

De acordo com um ex-funcionário que solicitou anonimato, o iFood já havia avisado em janeiro que haveria demissões no final de março. No entanto, a surpresa foi que elas ocorreram no início do mês.

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Mais de 300 pessoas foram demitidas, com foco em iniciativas de negócios. Diego Barreto, um dos sócios e vice-presidente de finanças e estratégia, escreveu em uma rede social que a empresa optou por não seguir o mesmo nível de investimento. “Infelizmente, diversas pessoas queridas e muito talentosas, com quem convivi nos últimos seis anos, foram impactadas e não fazem mais parte do iFood”, declarou Barreto.

“O iFood tomou hoje a difícil decisão de descontinuar algumas posições internas, impactando em postos de trabalho de colaboradores, que ajudaram a escrever a nossa história. O atual cenário econômico mundial tem exigido das empresas ações imediatas na busca por novas rotas para enfrentar essas adversidades. Não foi diferente com o iFood. Lamentamos por cada perda e estamos comprometidos em garantir que esse momento difícil seja conduzido com o máximo de cuidado e respeito a essas pessoas.”
Ifood, em nota.

Aplicativo demitiu mais de 300 funcionários, dias após reduzir para 25% o total de parceiros vinculados a acordos de exclusividade

O iFood, o maior aplicativo de entrega de comida do país, negou que a demissão de 355 funcionários da empresa, a maioria na área de tecnologia, tenha ligação com um acordo firmado recentemente com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), que limitou a quantidade de contratos de exclusividade da plataforma com os restaurantes, algo que era considerado uma das principais vantagens do iFood em relação aos concorrentes.

O Termo de Compromisso de Cessação (TCC) determinou que o aplicativo tenha, no máximo, 25% dos seus parceiros vinculados a acordos de exclusividade. O iFood também ficou impedido de fechar este tipo de contrato com marcas que tenham mais de 30 unidades no Brasil.

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Mas se este não é o problema, o que explica a demissão dos 355 profissionais, que representam 6,4% dos 5.500 funcionários do app?

O consultor Sandro Magaldi sugere que os motivos para as demissões são: 1) a diminuição da demanda após o pico da pandemia, 2) a queda nos investimentos em startups e 3) um movimento cíclico da economia. Esses fatores são comuns a outras empresas de base tecnológica que também anunciaram demissões.

O iFood alega que as demissões fazem parte de uma decisão de descontinuar algumas posições devido ao cenário econômico mundial difícil. Eles afirmam que oferecerão suporte aos funcionários demitidos, incluindo extensão do plano de saúde e auxílio alimentação, além de ajuda para recolocação profissional.

Visão dos funcionários que foram desligados

O UOL conversou com profissionais de diferentes áreas que foram cortados pelo iFood, para entender melhor a situação e a visão destes trabalhadores. odos afirmaram não estar surpresos com as demissões. Eles aceitaram conversar com a reportagem sob condição de anonimato.

José, um ex-funcionário do iFood, descreveu o clima na empresa como “tenso” desde antes da virada do ano, destacando trocas frequentes de lideranças, congelamento de vagas e unificação de áreas. Ele também afirmou que havia uma pressão alta em cima de metas inalcançáveis e um conflito entre gestores que todo mundo via.

Janaína, que ocupava um cargo executivo na empresa, disse ter ouvido da alta liderança que a saúde financeira da empresa estava boa, mas as trocas frequentes de gestores trouxeram insegurança para o trabalho. Ela soube de sua demissão por chamada de vídeo e foi informada de que o corte foi motivado por uma “mudança de projeto”, e não por seu desempenho.

Marcos, que trabalhou no iFood por menos de um ano, soube em janeiro que seria demitido no final de março, mas acabou sendo demitido já no início do mês. Apesar disso, elogia a transparência de seus ex-chefes e já está procurando um novo trabalho.

Fontes: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2023/03/01/ifood-demissao-funcionarios.htm https://www.otempo.com.br/economia/ifood-nega-relacao-entre-demissoes-e-perda-de-exclusividade-com-restaurantes-1.2822797 https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2023/03/03/ifood-ex-funcionarios-demissao.html

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